Treze de maio traição,
liberdade sem asas
e fome sem pão
Liberdade de asas quebradas
como
…….. este verso.
Liberdade asa sem corpo:
Sufoca no ar,
Se afoga no mar
Oliveira Silveira
O poema do escritor gaúcho Oliveira Silveira é uma das mais contundentes formas de expressar o significado do dia 13 de maio de 1888. Há 132 anos o Brasil deixava de ser um país escravagista e libertava negras e negros do fardo da escravidão. A lei promulgada pela Princesa Isabel foi apenas o fim de um longo processo que envolveu militantes abolicionistas, quilombolas, negros e brancos ao redor da causa.
O Brasil foi o último país independente da América a colocar fim à escravidão, foram 300 anos de exploração. As rebeliões e as campanhas pelo fim da escravidão tomavam cada vez mais força. A abolição chegou ao final do século 19, quando as mudanças sociais e econômicas já tornavam o sistema escravagista incompatível com o sistema capitalista, que começava a se forjar com Revolução Industrial (Séc. 18 e 19). Assim, a pressão interna e externa foram fatores relevantes para a promulgação de Lei Áurea, além disso, muitas regiões já não permitiam a escravidão, como a cidade de Porto Alegre e o estado do Rio Grande do Sul (Província de São Pedro).
O dia 13 de maio é motivo de reflexão por muitos militantes do Movimento Negro, comemorar a abolição ou repudiar o abandono? Com uma população majoritariamente negra, o triste legado deixado pela escravidão é evidente, fruto de uma abolição que não permitiu aos negros terem acesso à compra de terras e à educação. O poema de Oliveira Silveira ressalta que a “liberdade” não significou a mudança do lugar do negro na sociedade, a discriminação, as péssimas condições de trabalho e a exploração são presentes até hoje no cotidiano dos negros brasileiros.
132 anos depois é tarefa de cada defensor dos direitos humanos, do movimento negro e dos sindicalistas lutar por igualdade e direitos ao povo negro.