O Sindicato dos Municipários de Alvorada (SIMA) organizou uma homenagem aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e aos Agentes de Combate às Endemias (ACE), na noite do dia 8 de outubro, no auditório da sede da entidade, em virtude da passagem do Dia Nacional dos ACS e ACE, lembrado nacionalmente em 04/10. As duas categorias são reconhecidas pelo Ministério da Saúde por cumprir papel fundamental no acolhimento da população e por realizar ações de promoção à saúde e prevenção.

“ACS e ACE cumprem a missão de ampliar o acesso da população às ações e aos serviços de informação, de saúde e de promoção social”, destaco Rodinei Rosseto, presidente do SIMA, ao dar início ao evento. Para o sindicalista, por estar próximos da comunidade, os ACS e ACE percebem como está a saúde da população, o que faz com que sirvam de elo entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a comunidade.

Atualmente, as equipes cobrem 63% da população brasileira, com agentes inseridos na comunidade – o que permite a criação de vínculos com os pacientes e propicia o contato direto do território em que atuam com a unidade básica de saúde. 

UMA MARCA PARA O MUNDO

Marta Blum Prates é bacharel em Administração, Pós-Graduada em Gestão Estratégica de Pessoas, Analista Comportamental, Master Coach e Mentora Financeira. Ela falou sobre a missão que cada um tem a desempenhar na sociedade, uma marca para deixar ao mundo.

“Acredito que eles merecem ser reconhecidos, nesse e em todos os momentos. O desempenho desses profissionais, que despontou no atendimento à população durante a pandemia, é habitual para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e também para os Agentes de Combate às Endemias (ACE)”.

Ao assumir a missão de contribuir para que as pessoas cresçam e consigam explorar o melhor que há em si, pois há pessoas que não acreditam no seu potencial. Acredito que todos nós temos a mesma condição, mas que nem sempre surgem as oportunidades. Por essa razão gosto de trabalhar com as pessoas e ajudá-las a conhecer suas capacidades, que nem sempre são identificadas por elas.

PERTO DA COMUNIDADE

Márcia Fernanda Mendes, professora do Instituto Federal, compareceu ao evento para saudar a data e as alunas do curso técnico de Agente Comunitário de Saúde, no qual ela ministrou aulas. Ela dirigiu atenção especial aos Agentes de Combate às Endemias, cuja atuação se mostra essencial para as comunidades.

O Brasil é um dos poucos países que possui essa categoria profissional, que atua no Sistema Único de Saúde (SUS), um complexo de saúde pública reconhecido internacionalmente como política de saúde. O ACS surge logo após a criação do SUS e serve de elo entre a comunidade e a equipe de saúde e sua importância ocorre pelo fato de ele atuar nos bairros, o que faz com que conheça as demandas de saúde.

Dentro da nossa lógica de saúde, temos a atenção primária ou básica, que pensa o que é essencial para aquela comunidade. O ACS e ACE são aqueles profissionais que trazem a realidade do território para o sistema e levam o cuidado de saúde para dentro do território, desempenhando funções de educação em saúde e promove o cuidado real de quem está próximo dos cidadãos.

MAIS VALOR DO QUE VISIBILIDADE

“Enquanto militante do Sistema Único de Saúde, que luta para que o SUS seja um instrumento de política pública de saúde, reconheço que para o senso comum, quando falamos em saúde, vem à mente a figura do médico e, às vezes, da enfermeira, sem pensar no Agente, cuja função fica ‘invisibilizada’, observa a professora.

Na opinião de Márcia Fernanda, “quem é atendido e cuidado por um ACS geralmente reconhece o valor do profissional”. Ela relata que em uma aula sobre Políticas Públicas, uma das estudantes descrevia a atuação do ACS. A importância da saúde não por ser o contrário da doença, mas por ter a condição de viver plenamente. “O ACS é aquele vai pensar como aquela comunidade como produzir saúde, na prática, agindo como um ator importante, mas que sempre é notado como deveria”, assinala.

Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)