Em ato preparatório à manifestação programada para o Dia do Estudante (11 de agosto), lideranças estudantís reuniram alunos da rede pública nas dependências da Escola de Gestão do Sindicato dos Municipários de Alvorada (SIMA), inaugurada em 12/07, com palestras do ex-governador gaúcho Olívio Dutra e a educadora Fernanda Paulo na aula inaugural. Presente no encontro, Sabrina Sebaje, diretora de Comunicação do SIMA e coordenadora da Escola de Gestão.

Na mesa, o anfitrião Rodinei Rosseto, presidente do SIMA; José Júnior, tesoureiro desta entidade; Fábio Marçal, diretor do Campus Alvorada do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS); Anderson Farias, presidente da União Gaúcha de Estudantes Secundários (UGES); Victória Costa, presidente da União Municipal de Estudantes Secundaristas de Alvorada (UMESA), e Lincon Fonseca, ex-presidente da UGES.
Primeiro a falar, Fábio Marçal disse que temos de questionar o porquê de alunos abandonarem o ensino médio, porque não se inscrevem no Enem e qual é o projeto que têm para suas vidas. Para o educador, a educação é um direito constitucional que deve ser garantido pelo Estado brasileiro, em todas as instâncias.

Rosseto manifestou a satisfação por estar oferecendo o espaço para a organização dos estudantes e explicou os princípios da Escola de Gestão, destacando a intensão de promover a formação técnica profissionalizante e cidadã, não apenas para os servidores públicos municipais, mas também para os trabalhadores e a coletividade, tendo como parceiro o IFRS. O sindicalista parabenizou os organizadores do encontro, dizendo estarem alí aqueles que serão os da sociedade brasileira.

Estudantes organizam ações de protesto contra os cortes na educação, acentuados nos últimos anos.

ALINHAR AÇÕES

Anderson Farias, presidente da UGES, situou o momento de crise histórica, com desemprego sem precedentes e muita gente atuando na informalidade. O líder estudantil lamentou a existência de um número superior a 33 milhões de pessoas passando fome e sem perspectivas pela frente. Na visão de Anderson, a realização daquela reunião plenária tinha como objetivo alinhar ações contra os atos do governo federal, como o corte de verbas para a educação.

Victória Costa, da UMESA, criticou o prefeito de Alvorada, José Appolo do Amaral, que disse não encarar o transporte público como prioridade, preferindo asfaltar as ruas. Taxando a declaração como “vergonhosa”, a estudante apontou o processo de desmonte da educação pública, especialmente nos últimos anos. Ao lamentar a prática de assédio nas escolas, Victória afirmou que os alunos fequentam os bancos escolares para aprender e não para sofrer repressão.

Unidade entre estudantes, trabalhadores da educação e instituições de ensino foi saudado pelos presentes

ALVORADA NO MAPA DO DIA DO ESTUDANTE

Ex-presidente da UGES, Lincon Fonseca defendeu a reconstrução do movimento estudantil de Alvorada por uma série de fatores, entre os quais o escasso acesso à educação, a precariedade do transporte público, escolas sucateadas, com falta de professores e de estrutura. Por isso, ele acha vital que sejam construidas muitas atividades que envolvam o maior número de jovens para levar as denúncias à prática e para elas se tornem soluções.

Ao definir Alvorada como “uma cidade abandonada pelo Governo Appolo”, que não paga o piso do Magistério e nem mora na cidade, Lincon acha fundamental colocar Alvorada no mapa do 11 de agosto, em defesa do Brasil, a democracia e a educação. Nesse data, haverá um grande ato centralizado em Porto Alegre, no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, palco de históricas mobilizações estudantís. Junto à mobilização na Grande Porto Alegre, haverá atos nas principais cidades gaúchas e brasileiras.

O Dia do Estudante é celebrado em 11 de agosto por ter sido nessa data, no ano de 1827, que o Imperador D. Pedro I instituiu os dois primeiros cursos de ensino superior nas áreas jurídica e social a serem oferecidos no Brasil.

Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)