Em reportagem que foi ao ar na noite de 20/1, o programa Band Cidade, da Rede Bandeirantes de Televisão, foi denunciada a falta de condições de trabalho nas ambulências; apenas dois veículos atendem a população no município. A notícia, apresentada pelo repórter Matheus Goulart, focaliza o problema, a partir de uma das ambulâncias que estragou à noite. O paciente levou um tiro e precisava de atendimento com rapidez, o que não aconteceu.
Quando um veículo do SAMU vai para a manutenção, há outros dois na reserva, ambos em precárias condições. Em uma dela, as porta lateral só abre na base da força. Enquanto o termômetro marca 33 graus no interior do veículo, que está estacionado na sombra. O ar condicionado não funciona na traseira do veículo, local em que está a maca. Noutro dia a situação era ainda pior, com 46 graus.
Lucimar Cardoso, Técnico em Enfermagem, reclama que a ambulância fica fora de atividade por não haver um profissional de higienização. “Saímos para fazer um atendimento sem ter a certeza de que vai chegar”, diz o profissional, que revela que, embora a equipe do SAMU fique compadecida com o sofrimento da população, ela fica de mãos amarradas, porque, mesmo sabendo que há recursos, falta capacidade administrativa para resolver um problema corriqueiro no atendimento de saúde da cidade.
O sucatemanento do equipamento é tal, que o freio de mão de uma das ambulâncias não funcionava e o motorista teve de segurar o veículo no freio e e Lucimar teve de fazer o atendimento sozinho e trazer o paciente, senão a ambulância desceria “lomba abaixo”.
POPULAÇÃO DESAMPARADA
O município de Alvorada conta com quatro ambulâncias, mas apenas duas estão em funcionamento, atendendo também ao município de Viamão. Na prática, são dois veículos para atender quase meio milhão de pessoas, sem dar conta de tanto trabalho.
A costureira Cleiciane de Moura passou por essa dificuldade, quando a filha sofreu um acidente e teve de aguardar por quase uma hora, pois foi informada por telefone pelo SAMU que não havia ambulância disponível. A paciente chorava com dores deitada no chão.
Caso semelhante ao de Gabrielli Monteiro, que recorreu ao próprio carro, pois lhe disseram que não havia ambulância à disposição, sem prestar qualquer suporte para acudir a avó idosa, que sofria com alteração do quadro de pressão alta, que a fazia vomitar e desmaiar.
O número de ambulâncias em uma cidade depende da gestão do município. A prefeitura deve pedir a cedência para o governo do estado, que concede a permissão, pois quem compra os veículos é o Ministério da Saúde.
FALTAM MÉDICOS
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alvorada (SIMA) tem cobrado da secretária da Saúde do município, Neusa Abruzzi, a contratação emergencial de médicos, profissionais do qual nossa cidade está carente, com falta em diversos postos de saúde.
Rodinei Rosseto, presidente do SIMA, informou que a entidade também está pedindo aos vereadores que façam uma vistoria nos postos de saúde e questionem o governo municipal das causas da ausência de médicos nos locais de atendimento à população, que paga os impostos e merece um suporte de forma decente e adequada.
Junto ao alerta, feito sistematicamente pelo sindicato, a entidade encaminhou à Câmara Municipal o pedido de esclarecimento e cobra da prefeitura uma explicação sobre a ausência de médicos nas unidades de saúde.
SAÚDE DOS SERVIDORES – Rosseto acusa a secretária Neuza Abruzzi de preocupar-se mais com a pavimentação do que com a saúde dos trabalhadores que prestam o serviço público. “Enquanto a secretária inaugura ruas, os servidores fazem das tripas coração para dar o melhor atendimento possível para a população, apesar de lutar contra a precariedade dos equipamentos.
Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)