Convocado pela Frente dos Servidores Públicos do RS (FSP), um ato unificado em defesa do IPE reuniu milhares de integrantes de associações e sindicatos, na manhã de 26/4. Os manifestantes iniciaram a concentração por volta das 9h, em frente à sede do instituto e seguiram em caminhada pela Avenida Borges de Medeiros até o Palácio Piratini. Ao chegar em frente à sede do Executivo, a Frente realizou um ato simbólico utilizando carrinhos de supermercado para demosntrar a perda de poder de compra desde 2014, comparativamente à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Na véspera (25/4), líderes da FSP participaram de uma mesa de negociação com o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, para tratar da revisão geral dos salários do funcionalismo estadual e do plano de reestruturação do IPE apresentada pelo governador Eduardo Leite (PSDB), quando foram informados por Lemos que o governo não teria condições de arcar com o reajuste ou negociar a reposição de perdas inflacionárias.
A FSP manifestou posição contrária ao projeto de Leite e critica o aumento do valor a ser pago pelo segurado, que passaria de 3,1% para 3,6%. A Frente também é contra a criação de uma contribuição por dependentes e o aumento da coparticipação em exames, que passaria de 40% para 50%.
Em documento entregue ao secretário Lemos, a FSP solicitou que “não seja encaminhado ao Poder Legislativo nenhum projeto de lei relativo ao IPE Saúde sem negociação prévia com as entidades signatárias, com uma resolução urgente da questão salarial do funcionalismo público gaúcho, bem como, que tal projeto de lei não seja sob nenhuma hipótese futuramente remetido à Assembleia com regime de urgência”.
SOLIDARIEDADE – O grupo também cobrou o apoio de parlamentares da Assembleia Legislativa (ALRS). Alguns deputados deixaram o parlamento e foram até a manifestação, onde fizeram falas em apoio aos servidores no caminhão de som, entre eles Pepe Vargas (PT), Sofia Cavedon (PT) e Luciana Genro (PSOL).
Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)