A retirada do formato de eleições para as diretorias de escolas municipais foi motivo de muitas discussões no início do ano de 2020, afinal, a alteração retirou o caráter democrático da organização escolar. As consequências dessa lei foram imediatas, a interferência do Executivo Municipal provocou desunião entre os profissionais de educação e bagunçaram a dinâmica das escolas. Os cargos de direção de escolas deixaram de ser escolhas da comunidade escolar para se serem escolhas exclusivamente políticas, do Prefeito e da Secretária Municipal de Educação, sem quaisquer critérios técnicos.
Assim, não demorou para que a “dança das cadeiras” começasse e as que indicações refletissem mais a relação política do que a preocupação com a boa gestão escolar. O ofício enviado pela Vereadora Nadir (ex-secretária de educação) à Administração Municipal, documento em que a mesma cobra a manutenção de indicações realizadas por ela, é a demonstração mais pura da velha política que governa Alvorada. O documento datado de 12 de janeiro do corrente ano. O SIMA realizou denúncia ao Ministério Público para que haja a investigação o fato. Caso seja identificada a ilegalidade, existe possibilidade de responsabilização por improbidade administrativa e infração eleitoral.
A Vereadora Nadir estava ocupante do cargo de Secretária Municipal de Educação na época da alteração e, com seu cargo, indicou pessoas próximas. Foi na mesma época que o Conselho Municipal de Educação foi dissolvido e reformulado, para que o arranjo político fosse possível. Hoje o CMEA é predominado por indicações realizadas pela Administração Municipal e com pouco espaço para o debate democrático.
Agora com uma nova disposição das forças políticas, a ex-secretária utiliza argumentos dignos de “coronelismo político” para cobrar a manutenção de seus aliados nos cargos de direções de escolas. A própria afirma em documento que tais pessoas deveriam permanecer nos cargos de diretoria de escolas pois “caminharam ao meu lado, pedindo votos em meu nome e para nosso Prefeito se reeleger”.
A prática do Balcão de negócios é prejudicial para todos, e neste caso o Prefeito Apollo e a então Vereadora fazem da educação um espaço de troca de favores, sem se preocupar com a qualidade no ensino e das relações internas das escolas municipais. Segundo o Presidente do SIMA, Rodinei Rosseto, “o Sindicato seguirá no combate a práticas deste tipo, pois a qualidade dos serviços públicos é gravemente prejudicada por acordos de gabinete deixando de priorizar os usuários destes serviços que são a população alvoradense”.