O Projeto Geloteca transforma geladeiras descartadas em bibliotecas móveis e coloridas, para facilitar o acesso à literatura e à cultura junto as comunidades menos assistidas e mais vulneráveis. Sempre bem recebidas pelas comunidades, as gelotecas já estão em mais de 13 municípios do Rio Grande do Sul.
Em Alvorada, um dos pontos em que a população encontra a Geloteca é a sede do Sindicato dos Municipários de Alvorada (SIMA), localizado na Av. Wenceslar Fontoura, 105, no Bairro Nova Americana.
O jovem Eduardo Santini, de 18 anos, tornou-se um usuário da Geloteca e acredita que a iniciativa pode estimular o hábito da leitura, justamente pela curiosidade que o formato da “biblioteca” desperta nas pessoas. Citando o próprio caso, Eduardo considera-se mais motivado para ler, na medida em que os livros estão disponíveis para ele e também para todos.
Já Kinberli Pereira, de 16 anos, considera a Geloteca “uma ideia sustentável”, pois permite que o mesmo leitor pegue livros que lhe interesse e também reponha o estoque com outras obras literárias. Assim, segundo a jovem, é possível “dividir a sabedoria contida nos livros”, especialmente entre os jovens. Enfática, ela afirma: “quem resiste a uma geladeira com livros?”
ARTE E CULTURA EM LIVROS
O livro do Projeto Geloteca, que conta a história, os bastidores e os próximos passos do Projeto. Com quase 80 páginas, a obra mostra como o projeto começou, como se consolidou e discorre onde pretende chegar.
Repleto de fotografias e informações sobre os equipamentos já feitos e os mais de 24 artistas que já participaram do projeto desde a sua criação, em maio de 2020. A geladeira de número 100 ficou exposta no calçadão de Canoas, cidade da região metropolitana de Porto Alegre. A ação foi complementada por atividades culturais e educacionais, como sarau literário, contação de histórias, leitura do livro do Projeto, slam e outras atrações. Para saber mais sobre a programação, acesse o Instagram do projeto
Interessados em colaborar com o projeto, doando livros ou geladeiras, basta entrar em contato com os organizadores pela página do Facebook ou pela página do Instagram.
A ideia é desenvolvida de forma colaborativa entre artistas, produtores culturais, instituições parceiras e comunidades. As partes envolvidas participam da coleta de doações de geladeiras, livros e tintas, da criação e da manutenção das gelotecas entregues em cada bairro. Mais de 20 artistas já passaram pelo Projeto, personalizando as geladeiras com grafites e pinturas.
Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)